Escola ensina estupro em livros

Notícias 10 - 16 de Agosto de 2010

Na semana do dia 8, os jornais brasileiros noticiaram mais uma polêmica sobre a escolha de livros para a escola pública.

Depois de palavrões, obscenidades, erros gramaticais e geográficos, agora os livros escolares fazem apelos violentos e, novamente, de baixo calão. Foram entregues aos jovens da rede de ensino público, 11 mil exemplares do livro “Teresa, que esperava as uvas”, que conta o seqüestro de um casal, através do olhar da criminosa, e termina com o estupro da mulher e a morte do homem.

Trechos do gênero: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "Deu um tiro no olho dele. [...] Ele ficou lá meio pendurado, com um furo na cabeça", integram o conteúdo da “obra escolar”.

Os livros que são distribuídos para a rede pública de ensino passam pela aprovação de uma comissão de 80 professores de universidades públicas, em um centro especializado da Universidade Federal de Minas Gerais

O governo Lula e o MEC (Ministério da Educação) se defenderam para a Folha de São Paulo dizendo:

"A violência do conto, embora possa chocar como narrativa, não apresenta nada além do que estamos acostumados a ver".

"Os alunos do ensino médio já têm uma formação intelectual que lhes permite refletir sobre a banalidade da vida a que estamos expostos cotidianamente e essa é a proposta do conto".

Os educadores se dividem ao opinar, mas as justificativas são simplesmente vergonhosas. Dizer que os jovens vêem isso todos os dias e, por isso, não há nada demais ensinar a mesma coisa na escola, é um crime tão hediondo quanto os narrados na história. A escola existe para mudar essa situação no país, para abrir horizontes diferentes, trazer valores, ensinar as crianças e jovens a serem mais humanos, não para ensinar a violência... como eles mesmos dizem, isso já se aprende na rua.

Não dá para compreender como pessoas que parecem cultas possam aprovar e apoiar iniciativas como essa. Dizer que 80 homens analisaram e aprovaram tal estupidez só nos leva a concluir que são homens malignos que planejam novas maneiras de fazer mal e enganar os outros. Precisam aprender que vidas se constroem com sabedoria e se fortalecem com a prudência, não com a violência.

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