Casamento ou ajuntar? Qual a diferença?


Notícias 37 - 21 de março de 2012

Uma manchete essa semana dizia: Número de divórcios em cartórios de São Paulo cresceu quase 50% em 2011. E aí, vale a pena o risco?



Muitas pessoas acham que não, ainda mais quando se deparam com as últimas estatísticas. Elas preferem simplesmente "juntar os trapinhos", já que no fim, o que vale é o sentimento das duas pessoas e não um papel que formalize. Além de economizar despesas na oficialização, também encurta as dores de cabeça se não der certo. Ora, então não dá no mesmo casar ou simplesmente começar a morar juntos?


Errado, não dá no mesmo. Primeiro que, a partir de um certo tempo juntos, o casal adquire a chamada "união estável", o que, em uma possível separação, dá quase a mesma dor de cabeça que o casamento oficializado.


Mas, isso não é significativo se comparado aos outros motivos. A diferença entre casar ou ajuntar se destaca porque, quando você simplesmente vai morar junto, já começa um relacionamento com a incerteza, sem assumir um comprometimento e esperando pela possibilidade de não dar certo. O que faz a diferença não é o papel, é a atitude. Quando se namora, noiva e casa no tempo certo, a união é feita com a certeza do que se está fazendo. Mais que isso, com a postura de quem assume que essa união é para o resto da vida. Eis a questão.


Casar desejando casar é literalmente registrar que, a partir daquele momento, somos um só. Tudo o que é de um... também é do outro. Quando uma aliança é confirmada, não há quem aumente ou retire. O compromisso é eterno.


Quando você simplesmente "se ajunta", começa na incerteza, dá os primeiros sinais de que não respeita o outro. Aliás, começa com posturas individualistas. O que é meu é meu, o que é seu é seu, cada um tem a sua vida e se não der certo, cada um segue para um lado.


Você pode dizer que os casamentos antigos duravam mais porque o mundo era diferente. E que hoje em dia, muitos casais se separam em menos de 1 ano. E depois casam e “descasam” mais umas 3, 4 vezes.


Isso é porque vivemos a era do imediatismo. Muitas pessoas mal começam a namorar e já vão morar juntas. Porém, esse ato não é só uma questão de rótulo sobre ser "moderno" ou não, mas é um comportamento que pula fases importantes para o amadurecimento da relação.


E depois, entramos em outra parte fundamental sobre os valores, sobre o mundo ser diferente. Os casais são diferentes hoje, porque eles começam um relacionamento pensando em terminá-lo. Porque o mundo é, cada vez mais, individualista, egocêntrico e muito.. muito mimado.


Veja como as pessoas se fecham em seus celulares e tudo converge para o individualismo. É o tempo do "eu". Por isso, o "eu" não tem que suportar ou abrir mão de qualquer mínima coisa que seja por causa dos outros, nem mesmo de manias cotidianas. As pessoas não respeitam os parceiros e nem os outros, nem amigos, nem família. São folhas soltas ao vento.


O que se tem esquecido é que esse "eu", exigente e sozinho, é triste, pequeno e acaba se tornando ninguém. Não importa o que o mundo está querendo se tornar, importa que caminhar acompanhado é muito mais suave e bem mais divertido. Afinal, uma corda de três nós, não se rompe facilmente.


Se você vai começar uma relação, opte pelos caminhos que vão torná-la uma união duradoura. Não faça escolhas baseadas na velocidade que a modernidade nos exige. Apesar de parecer que tudo é mais fácil e que as pessoas são livres nesse modelo de união atual, no fundo, o que temos são milhares de pessoas magoadas, cheias de feridas e traumas de relacionamentos fugazes, que não deram certo. O que significa que é uma falsa liberdade e uma falsa valorização do "eu", pois elas vivem um vazio que, no fim, as tornam infelizes e presas em suas próprias frustrações.


Os momentos difíceis em uma vida à dois existem, mas cabe ao casal saber lidar.. assim, como cabe a cada um lidar com a vida. Portanto, tenha seus valores, independente de como o "mundo passou a ser".

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