Ano 4 - Revista nº 7 - Janeiro 2013
Um estudo publicado no jornal da Association for Psychological Science diz que as pessoas correm para evitar o ócio.
Os
autores da investigação defendem que quem tem alguma coisa para fazer,
mesmo que seja algo sem importância, é mais feliz do que aqueles que
ficam de braços cruzados. Na sociedade moderna, “a ideia geral de estar
interessado em alguma coisa é porque as pessoas estão ocupadas a fazer o
que têm de concretizar no dia-a-dia”, explica Christopher K. Hsee,
co-autor do estudo, em parceria com Adelle X. Yang, da mesma instituição
e Liangyan Wang, da Universidade de Shanghai Jiaotong.
“As pessoas correm numa pressa desmedida, trabalhando duro, muito além do nível básico da sua necessidade. Existem razões óbvias, como dinheiro, conseguir fama, ajudar os outros, etc”. Mas, Hsee diz, que há algo mais profundo: “Temos excesso de energia e queremos evitar o ócio”.
Ir mais longe para não esperar.
O estudo foi baseado na realização de questionários a um grupo de voluntários. Após preencherem o primeiro, estes tiveram de esperar 15 minutos até ao segundo. As opções eram deixar o inquérito concluído num local próximo e esperar o tempo restante ou deixá-lo num lugar mais distante, onde andar para trás e para frente seria uma forma de mantê-los ocupados durante os 15 minutos. A recompensa era um doce, do mesmo gênero em qualquer das hipóteses escolhidas. Os voluntários que optaram por permanecer ocupados mostraram-se estar mais felizes do que os que escolheram ficar à espera.
Nem todos optaram por se deslocarem para o local distante. Como os doces oferecidos em ambos os destinos eram os mesmos, alguns indivíduos mostraram-se mais propensos a ficar à espera. Mas caso os doces fossem diferentes, inclinavam-se para a localização distante, para poderem justificar a viagem, referem os cientistas.
Para Hsee, as pessoas gostam de estar ocupadas, e de justificarem aquilo que fazem em benefício da sociedade. “Se conseguirmos conceber um mecanismo para pessoas ociosas, de forma a levá-las a exercer uma atividade é melhor do que o excesso de tarefas". O próprio investigador já é conhecido por dar aos seus assistentes de investigação tarefas inúteis, quando não têm nada para fazer e justifica que é melhor do que estarem sentados no escritório, entediados e deprimidos. “Pode não ser muito ético, mas estão felizes”, revela.
Muito oportuno lembrar o velho provérbio “ Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio”, afinal de contas, fomos projetados para o trabalhar e sermos felizes. Um não existirá se o outro não existir.
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