Instrumentista agradou público com jazz, blues e um pouquinho de Little Richard
Jazz, música clássica e blues chamavam a atenção de quem passava pela rodoviária do Tietê, zona norte de São Paulo, na tarde de 3 de fevereiro. O som vinha de um piano diante de uma cafeteria, perto das escadas rolantes que levam ao terminal de embarque. As melodias eram tiradas do instrumento pelo morador de rua Simon Bolívar, que sem pedir permissão a ninguém, assumiu as teclas.
Depois de tomar um banho por R$ 6 no terminal, Bolívar transformou em pedal improvisado seu jornal envolto em um saco plástico, sentou-se em frente ao instrumento e brincou com seus dedos grossos no piano negro.
Além das melodias tiradas espontaneamente de sua memória, o músico atendeu aos pedidos do pequeno público que se formou ao seu redor tocando um pouquinho de Little Richard (pianista norte-americano sucesso nos anos 50). Antes de entrar no ritmo frenético, porém, ele alertou: "rock é alto e pode incomodar". Bolívar não queria perturbar ninguém, só tocar. Após a apresentação-relâmpago de 15 minutos, ele foi embora sem dizer para onde iria.
Durante o pequeno show, um rapaz segurando uma cerveja se postou ao lado de uma lata de lixo. O clima era de piano-bar improvisado. Simon sorriu e fez um breve sinal de positivo quando recebeu aplausos tímidos de um dos ouvintes. Em um rápido intervalo, uma mulher lhe deu os parabéns e disse que a arte estava "deixando de ser valorizada", já que havia um público tão pequeno ao seu redor.
O piano no terminal rodoviário do Tietê pertence a uma cafeteria e um músico contratado toca no local todas as sextas-feiras. Apesar de agradar o público em seus 15 minutos de espetáculo, ao largar o instrumento, Bolívar não aprovou a sonoridade. – O piano está com muito eco.
Durante o pequeno show, um rapaz segurando uma cerveja se postou ao lado de uma lata de lixo. O clima era de piano-bar improvisado. Simon sorriu e fez um breve sinal de positivo quando recebeu aplausos tímidos de um dos ouvintes. Em um rápido intervalo, uma mulher lhe deu os parabéns e disse que a arte estava "deixando de ser valorizada", já que havia um público tão pequeno ao seu redor.
O piano no terminal rodoviário do Tietê pertence a uma cafeteria e um músico contratado toca no local todas as sextas-feiras. Apesar de agradar o público em seus 15 minutos de espetáculo, ao largar o instrumento, Bolívar não aprovou a sonoridade. – O piano está com muito eco.
Assista parte do show-relâmpago do pianista:
Quem é Bolívar?
Simon tem 65 anos e, na verdade, não se chama assim. Seu nome de batismo é Bolívar Atella. Pelo menos, é o que indica o único documento que ele carrega no bolso. O instrumentista só revelou seu verdadeiro nome depois de a reportagem do R7 pedir para ver o RG que ele levava no bolso da camisa vermelha. O documento foi emitido em Duque de Caxias (RJ). Bolívar disse que "Simon" e "Simão" são seus apelidos.
A SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) disse que o morador de rua nunca aceitou ir para os centros de acolhida da prefeitura, apesar de já ter sido abordado por educadores sociais.
Falante, Bolívar conversou com o R7 por cerca de dez minutos. Apressado, dizia estar com fome. Apesar de ter ganhado três pães de queijo, manteve o pacote fechado é só o abriu depois que começou a caminhar para algum lugar desconhecido. Confira também MP pede desligamento de radares.
Na entrevista, Bolívar foi questionado quatro vezes sobre seu lugar de origem. Deu quatro respostas diferentes: zona leste de São Paulo, Santos (no litoral paulista), "no meio do mato" e "lá no inferno, longe para burro". Ele disse não ter telefone. Seus parentes não gostariam de ser incomodados e, por isso, não deu nenhum contato.
Ele contou que seu hobby é tocar. Aprendeu no colégio e afirmou lamentar que hoje não se ensine mais piano no ensino público. Disse que vai "de tempos em tempos" à estação da Luz, na região central de São Paulo, onde há um piano disponível. Ele diz não ser pianista, mas sim “um instrumentista”. Sonha um dia tocar como o pianista de soul norte-americano Ray Charles (23/09/1930 - 10/06/2004).
João Varella e Daia Oliver, do R7
Colaborou Marco Mesquita, estagiário do R7
Fonte: http://noticias.r7.com
A SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) disse que o morador de rua nunca aceitou ir para os centros de acolhida da prefeitura, apesar de já ter sido abordado por educadores sociais.
Falante, Bolívar conversou com o R7 por cerca de dez minutos. Apressado, dizia estar com fome. Apesar de ter ganhado três pães de queijo, manteve o pacote fechado é só o abriu depois que começou a caminhar para algum lugar desconhecido. Confira também MP pede desligamento de radares.
Na entrevista, Bolívar foi questionado quatro vezes sobre seu lugar de origem. Deu quatro respostas diferentes: zona leste de São Paulo, Santos (no litoral paulista), "no meio do mato" e "lá no inferno, longe para burro". Ele disse não ter telefone. Seus parentes não gostariam de ser incomodados e, por isso, não deu nenhum contato.
Ele contou que seu hobby é tocar. Aprendeu no colégio e afirmou lamentar que hoje não se ensine mais piano no ensino público. Disse que vai "de tempos em tempos" à estação da Luz, na região central de São Paulo, onde há um piano disponível. Ele diz não ser pianista, mas sim “um instrumentista”. Sonha um dia tocar como o pianista de soul norte-americano Ray Charles (23/09/1930 - 10/06/2004).
João Varella e Daia Oliver, do R7
Colaborou Marco Mesquita, estagiário do R7
Fonte: http://noticias.r7.com
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