Moto - Comprar o chão? Tô Fora!


Ano 1 - Revista nº 2 - Maio 2009

Muita gente não gosta de falar sobre acidentes. Para alguns, esse papo pode soar como desmancha-oazer. Para outros, é com falar de corde em casa de enforcado. Mas, vamos e venhamos: o que é pior? Aceitar uma conversa nua e crua ou tornar-se uma vítima da desinformação? Então, vamos colocar os pés no chão - apenas os pés.

Por incrível que pareça, poucas pessoas têm consciência das lesões que um acidente de moto pode provocar.

Eduardo Biavati, pesquisador do Centro de Pesquisas em Educação e Prevenção da Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor, nos disse que o desconhecimento sobre as reais consequências de um acidente fica claro sempre que os funcionários conversam com os alunos nas palestras que fazem em escolas e também quando levam os jovens para conhecer os centros de reabilitação do hospital. Os visitantes ficam chocados ao descobrirem como são as sequelas.

O médico ortopedista do Corpo de Bombeiros, o capitão Aloísio Gonçalves de Souza Jr. usou conceitos de física para explicar que corpos em sentidos opostos somam suas velocidades. A uma elocidade de 56 Km/h, a pressão será superior a sete toneladas. Imagine um caminhão, "um Mercedão" passando em cima de você. Portanto, mesmo que você esteja com capacete, botas e macacão, imagine o que pode acontecer se cair do 3º ou 4º andar, pergunta ao médico cirurgião Max Carlos Braga Antão, motociclista apaixonado e ex-vítima de acidente de moto. O Dr. Max é taxativo: pense duas, três, quatro vezes antes de dizer que o sol está muito quente para você usar o equipamento! Capacete, jaqueta, botas e luvas não foram feitos para se usar só no frio. Para quem quer vento na pele e sol na cabeça, recomendo trocar a moto por um carro conversível!

O prazer de pilotar!

Bem, quer saber mesmo? O prazer de pilotar pode tornar-se ainda maior, desde que se aprenda a lição a tempo.

O que vale, aqui, é ajudar o motociclista a aprofundar o nível de consciência sobre os riscos à sua volta e os meios de se proteger. Vale até estimular sua capacidade de concentração e auto-controle naqueles momentos de excitação com o coice da cavalaria a um leve toque no "manete". O que não vale é distanciar o motociclista do sagrado prazer de pilotar. Nem há motivos para tal. Afinal, a emoção de pilotar pode ser tanto maior e mais legítima quanto mais clara a conciência dos riscos e limites. Vrummmmm...


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